Exposição

A Cidade Precisa de Você apresenta COMUNA SP, por Laura Rago

A coletiva COMUNA SP é uma amostra de um movimento genuíno de leitura do contemporâneo, que emerge para indicar caminhos sobre debates do presente e levanta questões sobre modos de experimentação estética e ressignificação da arte e de suas condições de possibilidade, para além do sentido estético e convivendo com várias manifestações. Cabe aos artistas, aos agentes da cidade e às ações colaborativas provocar um posicionamento sobre a realidade e convocar o público ao diálogo e à ação política, para além da atitude contemplativa. Giselle Beiguelman, Denilson Baniwa, Aparelhamento, ALI (Arte Livre Itinerante), Nós Artivistas, Xiloceasa, JAMAC, Fumaça Antifascista, Lala Terrível, Eneri e Loba Gi são parte deste movimento.

 

COMUNA SP

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APARELHAMENTO

Aparelhamento é uma rede de artistas e ativistas que surgiu em 2016, em reação ao golpe parlamentar que impactou e ainda impacta o Brasil hoje. As urgências que caracterizam a derrocada recente da democracia no País e o recuo das conquistas sociais e culturais em seu conjunto, são fatores de agregação do grupo em propostas de continuidade de ações, presentes e futuras. [ saiba mais ]

ALI

Na ressaca política de 2018, vários artistas sentiram a necessidade de sair do plano do discurso para ir à prática efetiva, organizando-se de diversas maneiras. Diante da profusão de crises políticas e sociais, esses artistas decidiram fazer uso da sua função social e da sensibilidade de captar a realidade de seu tempo para, juntos, propor outras alternativas de expressão, de espaços possíveis de atuação e de engajamento coletivo. Muitos dos pensamentos provocados por essa reação e pela revisão do lugar da arte e dos seus próprios agentes culturais refletem-se em atitudes perceptíveis a olho nu. O ALI (Arte Livre Itinerante) surge em 2019, num momento da história do Brasil em que a escalada do discurso de ódio, a legitimação da mentira e a precarização das formas de trabalho se somam às violações, cada vez mais frequentes, dos direitos e à restrição da liberdade.
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DENILSON BANIWA

Na produção de Denilson, dois trabalhos significativos, produzidos na cidade de São Paulo, são destaques desta mostra. Na intervenção Petróglifos na Selva de Pedra (2018), imagens criadas pelo artista são projetadas a laser em empenas da Capital. Para a exposição, Denilson fez um vídeo exclusivo sobre a obra. [ saiba mais ]

FUMAÇA ANTIFASCISTA

Em maio de 2020, pipocaram em diversas capitais brasileiras atos de torcidas organizadas, autointituladas antifascistas. Grupos de torcedores foram para as ruas na tentativa de conter o movimento de carreatas bolsonaristas, que, naquele momento, quando a pandemia deixou muita gente recolhida em casa, acirravam o jogo de forças entre o Executivo e os demais Poderes, inclusive com ameaças de fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional.
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GISELLE BEIGUELMAN

Artista consagrada em arte e mídias digitais, Giselle desloca seu olhar para questões sobre patrimônio histórico depois de participar da 3ª Bienal da Bahia, onde fez pesquisas no arquivo histórico daquele Estado. A artista atua também como curadora e é professora Livre-Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). [ saiba mais ]

JAMAC

Para a exposição, a artista Mônica Nador apresenta o projeto inédito Colcha de Retalhos, misto de narrativas visuais com relato oral e memória. O projeto parte de imagens que surgem nas oficinas de estêncil no Jamac, cuja colcha de retalhos é a expressão máxima da união e sobreposição destas figuras e experiências vividas por seus participantes. Todas as culturas têm as suas colchas de retalhos, representadas pelo cognitivo coletivo das competências aprendidas de uma sociedade. Se é verdade que a cultura, o modo de viver da comunidade, traz um saber coletivo acumulado em memória social, cria-se um todo com partes de narrativas que se cruzam metaforicamente numa colcha, constituído de retalhos costurados. [ saiba mais ]

NÓS ARTIVISTAS

Criado em 2019 por artistas e produtores culturais, atua, neste momento, pintando o asfalto com palavras e frases de impacto em escala urbana. Apropriando-se da linguagem das redes sociais, usa em suas intervenções hashtags gigantes para mobilizar on e offline. Sem limitação de temas e fórmulas engessadas de expressão, as manifestações artísticas são organizadas por meio de convocações públicas, divulgadas em posts em seu perfil do instagram, com hora e local da intervenção. [ saiba mais ]

PIXO

Eneri, Lala Terrível e Loba Gi são artistas-pichadoras que representam o movimento de pichação da capital paulistana, sob a perspectiva feminina e feminista. Juntas, elas tocam em questões de gênero, reconhecimento e inclusão social, dando voz a uma nova geração de mulheres que querem usar as ruas para se manifestar e lutar pela equidade de gênero no movimento do picho, ganhando visibilidade na ação e apropriação do espaço urbano.  [ saiba mais ]

XILOCEASA

O grupo Xiloceasa é formado por 14 artistas, sendo a grande maioria filhos de nordestinos, que moram em comunidades no entorno do CEAGESP e que encontraram na madeira sua forma máxima de expressão. O grupo estuda e trabalha há quatorze anos nos ateliês do Instituto Acaia, criado em 2001 pela artista plástica Elisa Bracher. Atuando como arte-educadores e formadores, desenvolvem ações educativas com crianças e jovens, em diversos contextos de aprendizagem. Destacam-se: Queens Park Community School, em Londres, unidades do SESC, Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo e as próprias comunidades onde vivem. Além do trabalho de formação, sua produção de publicações tipográficas artesanais, envolvendo parcerias com autores renomados como Alice Ruiz, Arnaldo Antunes, Fabrício Corsaletti e Luiz Ruffato, ganhou espaço nas feiras de arte impressa.
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